quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Mensagem da Ir. Maria Inês para o dia da Vida Consagrada

Neste dia 2 de fevereiro, comemora-se o 21º Dia Mundial da Vida Consagrada. A presidente da CRB Nacional gravou uma mensagem e lembrou a todos os consagrados do Brasil sobre a importância da alegria, do servir ao próximo, e principalmente, do testemunho para motivar a vinda de novas pessoas para a Vida Consagrada, "A maior propaganda de um religioso/osa é o testemunho, a nossa vida deve falar alto", disse ela.

Confira o vídeo:

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Mensagem de Dom Jaime Spengler sobre o Dia Mundial da Vida Consagrada

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Neste dia Mundial da Vida Consagrada, rendemos graças ao Senhor pelo dom da Vida Consagrada, presente em tantas realidades do nosso imenso Brasil.

A Igreja do Brasil reconhece o empenho, a dedicação, a determinação de tantos Consagrados e Consagradas no processo de evangelização, nas mais distintas realidades de nosso imenso Brasil. São homens e mulheres consagrados totalmente a Deus, seguindo mais de perto o Senhor casto, pobre e obediente, anunciando e testemunhando o Evangelho da vida plena para todos.
A Igreja do Brasil agradece a dedicação desses irmãos e irmãs consagradas pela cooperação imprescindível na obra da evangelização. A entrega radical da vida, por causa do Reino dos céus, é um sinal eloquente da presença de Deus entre nós, compreensível a todos os homens e mulheres de boa vontade.
A Igreja do Brasil quer também promover a vida consagrada, através de uma pastoral vocacional mais intensa e articulada. De fato, nestes tempos em que as estatísticas mostram uma preocupante ‘hemorragia’, precisamos mostrar aos nossos jovens a beleza e a dignidade da vida consagrada.
Há tanta santidade na vida consagrada! Existem muitíssimos testemunhos proféticos e fascinantes, de alegria e esperança. Encontramos pessoas apaixonadas pelo Evangelho do Crucificado-Ressuscitado que com temor e tremor assumem as periferias existências e as fronteiras geográficas como espaços privilegiados de evangelização.
Encontramos também alguns sinais de cansaço, de infidelidade que preocupam. Porque alguns desanimam, se colocam, ou são colocados, à margem? Porque alguns abandonam a Vida Consagrada? São questões que precisamos fazer e, juntos, buscar indicações para superação das dificuldades! A questão da fidelidade e da perseverança chama todos à responsabilidade!
A Vida Consagrada é essencialmente missionária! É seguimento de Cristo, para Cristo e com Cristo. Por isso, sobretudo em nossa realidade nacional, marcada por tantas expressões de fragmentação, “a partir do seu ser, a Vida Consagrada é chamada a ser especialista em comunhão, tanto no interior da Igreja quanto no interior da sociedade”1.
Queridos consagrados e consagradas, fazemos votos de que os senhores e senhoras continuem sendo sinal da presença do Crucificado-Ressuscitado no seio de nossas comunidades, empenhados(as) em fazer próprios os sentimentos que foram os dele (cf. Fl 2,5) .
Dom Jaime Spengler, ofm
Presidente da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e Vida Consagrada - CNBB


terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Vaticano reúne especialistas em tráfico de órgãos

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Prossegue o empenho da Pontifícia Academia das Ciências contra o tráfico de pessoas.
Na próxima semana, nos dias 7 e 8 de fevereiro, a Pontifícia promoverá em sua sede, no Vaticano, um Encontro sobre Tráfico de Órgãos e Turismo dos Transplantes.
Há três décadas, a problemática do tráfico de órgãos figura na agenda da Organização Mundial da Saúde (OMS): o tema foi tratado pela primeira vez em 1987.
O tráfico de órgãos viola os princípios de justiça, equidade e respeito da dignidade humana, pois engloba não só a venda de órgãos, mas também se tornou uma forma de escravidão que explora os trabalhadores em condição de servidão, populações migrantes, refugiados e menores.
Consciente deste drama – escreve a Pontifícia Academia – o Papa Francisco colocou como um dos objetivos do seu Pontificado erradicar esta nova forma de escravidão.
A finalidade do Encontro é dimensionar o amplo alcance desta problemática (com testemunhos diretos provenientes de países com serviços de transplantes em todo o mundo); redigir uma Declaração de intenções para ser divulgada em nível mundial; e desenvolver uma aliança para comprometer as autoridades que trabalham no campo da saúde para que se proíbam o tráfico de órgãos, declarando-o uma forma de escravidão humana.
Do Brasil, participam Dr. Mário Abbud-Filho, Diretor da Fundação Faculdade Regional de Medicina de São José do Rio Preto, SP; e o Dr. José Medina Pestana, Professor titular e Chefe do setor de transplante renal da Universidade Federal de São Paulo.
Fonte: news.va

Como um cego

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Como um cego, Senhor,
eu busco a luz de tua face,
mas, a cada passo do caminho
tropeço em meus medos e dúvidas.
Como um cego, Senhor,
eu busco a luz de tua face;
mas a avalanche de perguntas
distorce e disturba todas as respostas.
Como um cego, Senhor,
eu busco a luz de tua face;
mas o ritmo vertiginoso do dia-a-dia
tudo atropela, não deixando lugar à reflexão.
Como um cego, Senhor,
eu busco a luz de tua face;
mas a escuridão se faz tão densa
que me impede de acender uma vela.
Como um cego, Senhor,
eu busco a luz de tua face;
mas as incongruências e contradições
paralisam na origem qualquer iniciativa.
Como um cego, Senhor,
eu busco a luz de tua face;
mas o céu parece tão indiferente
que só me resta ouvir o silêncio.
Como um cego, Senhor,
eu busco a luz de tua face,
mas tateio de um lado para outro
em minha despovoada solidão.
Como um cego, Senhor,
eu busco a luz de tua face;
mas o deserto permenece estéril
sinal da aridez que me vai pela alma.
Como um cego, Senhor,
eu busco a luz de tua face;
mas as águas estão turvas e bravias
a ponto de esconder o farol e o porto.
Como um cego, Senhor,
eu busco a luz de tua face;
descubro então que nos rostos pobres
- anônimos, desfigurados e excluídos -
brilham a tua face e a tua paz.

Pe. Alfredo J. Gonçalves, cs - Roma, 26 de janeiro de 2017

Papa Francisco fala de fidelidade e abandono na vida consagrada



O Papa Francisco concluiu suas atividades, na manhã do sábado (28/01), no Vaticano, recebendo na Sala Clementina, cerca de 100 participantes na Plenária da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.
Em seu pronunciamento, o Papa expressou sua satisfação em receber os membros da Congregação que, nestes dias, em sua plenária, refletiram sobre o tema da “fidelidade e dos abandonos”:
“O tema que escolheram é importante. Podemos dizer que, neste momento, a fidelidade é colocada à prova: é o que demonstram as estatísticas que examinaram. Encontramo-nos diante de certa "hemorragia" que enfraquece a vida consagrada e a própria vida da Igreja. Os abandonos na vida consagrada nos preocupam muito. É verdade que alguns a deixam por um gesto de coerência, porque reconhecem, depois de um sério discernimento, que nunca teve vocação; outros, com o passar do tempo, faltam de fidelidade, muitas vezes a apenas alguns anos da sua profissão perpétua”.
Aqui, o Papa perguntou: o que aconteceu? Como vocês destacaram no seu encontro, são muitos os fatores que condicionam a fidelidade nesse tempo de mudança de época em que se torna difícil assumir compromissos sérios e definitivos. Neste sentido, Francisco destacou alguns desses fatores:
“O primeiro fator que não ajuda a manter a fidelidade é o contexto social e cultural em que vivemos. De fato, vivemos imersos na chamada “cultura do fragmento”, do “provisório”, que pode levar a viver "à la carte" e ser escravo da moda. Esta cultura leva à necessidade de se manter sempre abertas as "portas laterais" para outras possibilidades, alimenta o consumismo e esquece a beleza de uma vida simples e austera, provocando muitas vezes um grande vazio existencial”.
Vivemos em uma sociedade onde as regras econômicas substituem as leis morais, ditam e impõem seus próprios sistemas de referência em detrimento dos valores da vida; uma sociedade onde a ditadura do dinheiro e do lucro defende sua visão de existência. Em tal situação, disse o Pontífice, é preciso primeiro deixar-se evangelizar e, depois, comprometer-se com a evangelização. Assim, apresentou outros fatores ao contexto sócio-cultural:
“Um deles é o mundo da juventude, um mundo complexo, rico e desafiador. Não faltam jovens generosos, solidários e comprometidos em nível religioso e social; jovens que buscam uma vida espiritual, que têm fome de algo diferente do que o mundo oferece. Mas, mesmo entre esses jovens, há muitas vítimas da lógica do mundanismo, como a busca do sucesso a qualquer preço, o dinheiro e o prazer fáceis”.
Essa lógica, advertiu o Papa, atrai muitos jovens, mas nosso compromisso é estar ao lado deles para contagiá-los com a alegria do Evangelho e de pertença a Cristo. Essa cultura deve ser evangelizada. Aqui, indicou um terceiro fator condicionante, que vem da própria vida consagrada, onde, além de uma grande santidade não faltam situações de contra testemunho que tornam difícil a fidelidade:
“Tais situações, entre outras, são: a rotina, o cansaço, o peso de gestão das estruturas, as divisões internas, a sede de poder... Se a vida consagrada quiser manter a sua missão profética e o seu encanto, continuando a ser escola de lealdade para os próximos e os distantes, deverá manter o frescor e a novidade da centralidade de Jesus, a atração pela espiritualidade e da força da missão, mostrar a beleza do seguimento de Cristo e irradiar esperança e alegria”.
Outro aspecto ao qual a vida consagrada deverá prestar especial atenção é a “vida fraterna comunitária”, que deve ser alimentada pela oração comum, a leitura da palavra, a participação ativa nos sacramentos da Eucaristia e da Reconciliação, o diálogo fraterno, a comunicação sincera entre os seus membros, a correção fraterna, a misericórdia para com o irmão ou a irmã que peca, a partilha das responsabilidades. A seguir, o Santo Padre recordou a importância da vocação:
“A vocação, como a própria fé, é um tesouro que trazemos em vasos de barro, que nunca deve ser roubado ou perder a sua beleza. A vocação é um dom que recebemos do Senhor, que fixou seu olhar sobre nós e nos amou, chamando-nos a segui-lo mediante a vida consagrada, como também uma responsabilidade para quem a recebeu”.
Falando de lealdade e de abandono, disse ainda Francisco, “devemos dar muita importância ao acompanhamento. A vida consagrada deve investir na preparação de assistentes qualificados para este ministério. E concluiu dizendo que “muitas vocações se perdem por falta de bons líderes. Todas as pessoas consagradas precisam ser acompanhados em nível humano, espiritual e profissional. Aqui entra o discernimento que exige muita sensibilidade espiritual.
Fonte: news.va

Sínodo dos Bispos sobre os jovens

Dom Adelar Baruffi

No último dia 13 de janeiro, o Papa Francisco deu início ao caminho para a XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, apresentando para toda a Igreja o Documento Preparatório. Este Sínodo será realizado em outubro de 2018, em Roma, e terá como tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. A notícia é fonte de alegria e de muita esperança para os jovens e para toda Igreja. Na carta que dirigiu aos jovens, assim se expressou: “Eu quis que vós estivésseis no centro da atenção, porque vos trago no coração.” A Igreja deseja interrogar-se sobre o modo de anunciar o Evangelho aos jovens, de acompanhá-los e ajudá-los no itinerário da vida cristã. O texto bíblico inspirador é do Evangelho de João, em que Jesus se volta aos dois discípulos que o acompanhavam e lhes faz um convite: “vinde e vede” (Jo 1, 39). Assim, afirma o Santo Padre, “Jesus dirige o seu olhar também a vós, convidando-vos a caminhar com Ele. Caríssimos jovens, encontrastes este olhar? Ouvistes esta voz? Sentistes este impulso a pôr-vos a caminho?” Este chamado é atual e é dirigido a todos os jovens, pois Deus quer que todos vivam na alegria completa. Para isto é preciso “empreender um itinerário de discernimento para descobrir o projeto de Deus na vossa vida.”

Para realizar este percurso, a Igreja é convidada a olhar a realidade na qual vivem nossos jovens. As condições em que se encontram muitos jovens não lhes permite criar um espaço para escolhas e projetos de vida segundo o sonho de Deus. “Pensemos nos jovens em situações de pobreza e exclusão; naqueles que crescem sem pais nem família, ou então em quantos não têm a possibilidade de ir à escola; nas crianças e nos meninos de rua de numerosas periferias; nos jovens desempregados, deslocados e migrantes; naqueles que são vítimas de exploração, tráfico e escravidão; nas crianças e nos adolescentes recrutados à força em grupos criminosos ou milícias irregulares; nas noivas-crianças ou nas jovens obrigadas a casar contra a sua própria vontade”, afirma o Documento. No que se refere às opções de vida, há dificuldade de empenhar a vida numa decisão definitiva: “hoje escolho este, amanhã veremos”. No tocante à prática religiosa cresce o número dos que “não se colocam «contra», mas aprendem a viver 'sem" o Deus apresentado pelo Evangelho e "sem" a Igreja, confiando ao contrário em formas de religiosidade e espiritualidade alternativas”.
Com o percurso do Sínodo, a Igreja deseja “encontrar, acompanhar e cuidar de cada jovem, sem exceção. Não podemos nem queremos abandoná-los às formas de solidão e de exclusão às quais o mundo os expõe. Que a sua vida seja uma boa experiência, que não se percam ao longo de caminhos de violência ou de morte, que a desilusão não os aprisione na alienação.” Com os jovens realizar um percurso de discernimento, isto é, um processo em que a pessoa, em diálogo com o Senhor e à escuta da voz do Espírito, chega a fazer as opções fundamentais, a começar por aquela sobre o estado de vida. A Igreja deseja oferecer a possibilidade para que os jovens se encontrem com o Senhor e sua Palavra ilumine sua vida e seus projetos e sejam felizes. Para isto, é preciso caminhar com eles “encontrando-os lá onde eles estão, adaptando-se aos seus tempos e aos seus ritmos”. Esta proximidade, a exemplo de Jesus nos Evangelhos, se dá através de três ações, que podem caracterizar um estilo pastoral: sair, ver, chamar.
Enfim, somos todos convidados a participar ativamente deste processo sinodal, especialmente os jovens de nossas comunidades. Temos certeza que o Espírito Santo guiará este caminho para que todos os jovens vivam felizes, como disse Jesus: “a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa" (Jo 15, 11).
Dom Adelar Baruffi
Bispo de Cruz Alta, RS